terça-feira, 18 de março de 2014

Entre Amarildos e Cláudias



 Amarildo, ajudante de pedreiro, outrora anônimo, cujo nome virou sinônimo de marginalizados que engrossam as estatísticas dos desaparecidos nas favelas brasileiras. Os demais “desaparecidos” sequer têm nomes ou rostos.
Essa semana outro nome virou sinônimo de brutalidade nas periferias dos grandes centros: Cláudia Silva Ferreira, mulher de 38 anos, moradora do Morro da Congonha (RJ) baleada e depois jogada no porta-malas da viatura que abriu e arrastou seu corpo por vários metros.

Ouvi pelo noticiário que vão investigar o motivo do porta-malas se abrir durante o trajeto quando os questionamentos mais básicos não estão sendo feitos. Os policiais abriram fogo de forma irresponsável em uma comunidade sem se preocuparem se alguém poderia ser atingido. Nada novo, a história é velha e não será a última ocorrência. A segunda questão é o descaso com que Cláudia foi tratada, jogada no porta-malas da viatura... Não é apenas descuido é descaso.  Tudo motivado pela certeza de que ali, naquele local, residem grupos humanos (ou nem isso) menos dignos de respeito.  Antes de criar unidades pacificadoras é necessário humanizar a polícia.

Nenhum comentário: