quarta-feira, 10 de abril de 2013

“Não me representa” Um pouco do efeito Marco Feliciano nas redes sociais e nos movimentos pelos direitos civis



Feliciano têm sido o assunto do momento, na imprensa, nas redes sociais...  A simples menção do seu nome já suscita discussões acirradas nos ambientes mais diversos, incluindo espaços acadêmicos e igrejas.  Ao assumir a Presidência da Comissão dos Direitos Humanos, este, até então desconhecido pastor evangélico e Deputado eleito pelo PSC –SP conseguiu dois efeitos pontuais: O primeiro, foi levantar o debate sobre os direitos civis dos gays no país, e o segundo foi provocar a reação de uma boa parcela da população (e não importa aqui se é ou não a maioria) que, de fato, não se viu representada por Marco Feliciano, que faz declarações públicas que soam no mínimo estranhas para alguém que está à frente de uma pasta como a da já citada Comissão. 
O Jornalista e blogueiro Reinaldo Azevedo, bem conhecido por suas posições conservadoras e por ter chamado Oscar Niemeyer de “idiota”  em uma publicação que falava da morte do arquiteto, publicou um texto no qual abordava as manifestações contrárias ao pastor e deputado Marco Feliciano, taxando-as de “autoritárias e ditatoriais”.
Segue o link abaixo:
Mandei minha réplica ao texto que considero equivocado em vários aspectos, mas como não fui "publicado", após 5 tentativas, resolvi postá-lo no meu próprio blog. 
Segue:
Discordo totalmente da ideia central do texto.
Só retomando o caso, nem de longe a pressão popular (e não importa se é exercida ou não pela "maioria") se deve ao fato de Feliciano ser evangélico, ou acreditar seja lá no que for.
O principal problema é que o Deputado em questão não possui as "atribuições necessárias" para liderar a Comissão de Direitos Humanos e Minorias., para não dizer diretamente que ele á a pior escolha possível para o cargo! A defesa que muitos irão fazer é: "Mas tudo o que ele disse está de acordo com a Bíblia, etc, etc". Argumento bem desgastado e a discussão idem, mas o fato é que não está em questão o perfil ideológico ou mesmo a visão religiosa pura e simplesmente, mas, repito, a incompatibilidade dessas opiniões com o cargo exercido por ele no momento.
Sim, Reinaldo Azevedo, o mandato de Marco Feliciano como deputado federal é legítimo, escolhido pelo voto da maioria do eleitorado em um sistema democrático. Ok. Mas, definitivamente, essa não é a cerne do debate.
O que é devida e legitimamente questionado é o fato de um deputado que não possui a menor afinidade com o trabalho realizado pela comissão (se ele disser o contrário simplesmente não sabe o que diz), inclusive apresenta argumentos antagônicos a várias das pautas centrais de grupos que estão ali “representados”, ocupar justamente este cargo. Claro que eu sei que você sabe de tudo isso (acho eu). Mas seu texto se afasta, e acho que propositalmente, do motivo real dos protestos e transforma manifestações que só surgiram para que a Comissão de Direitos Humanos não se torne inútil (sim, porque com Feliciano à frente nem sei porque ela deveria continuar existindo) em “gritos de baderneiros” que pedem que o deputado abandone o mandato para o qual foi eleito.
O GRITO (coletivo, diga-se de passagem) é contra uma articulação política irresponsável, na qual o PT se mostrou extremamente equivocado. E pouco importa se Feliciano representa “212 mil pessoas que votaram nele”, isso me parece lógico, uma vez que ele foi eleito por estes, e mais lógico ainda que suas opiniões reflitam a visão do seu eleitorado, mas quem não se sente representado(a) por este homem são justamente as pessoas que veem na Comissão de Direitos Humanos uma voz a favor de suas demandas, que nada mais são que a busca por direitos iguais, em todos os âmbitos, não uma busca por privilégios. Ou isso não é legítimo?
E aí, outra distorção: Marco Feliciano representa outros grupos, muitos e numerosos aliás, e a dita comissão está aí para eles também, mas é necessário que estes “outros” entendam que a comissão tem que ser presidida por quem esteja mesmo disposto a lutar pelas minorias e tenha o olhar sóbrio e isento o suficiente para que analise as reivindicações sem que a visão ideológica ou religiosa interfira. A julgar pelas falas do próprio Feliciano, não é este o caso.
O “não me representa” é o exercício do direito à opinião, dos grupos que sentiram o quanto a comissão perdeu com a escolha. E não importa (de novo, e de novo) se são celebridades ou não. A ênfase neste aspecto é inócua. É cidadania em exercício, só isso.
Ah, e o Parlamento realmente não existe apenas para nos representar (faço parte das minorias mimadas às quais você se refere), mas decisões que interfiram em conquistas da sociedade devem ser sim questionadas, e se uma parcela da sociedade se sentiu incomodada, tem mais é que se fazer ouvir. Não a qualquer custo, mas demonstrar sim a insatisfação.
Os “radicais do teclado” incomodam? Pois os conservadores também. Bem vindo a era da internet! =)
E os gestos simbólicos na internet, ou nas ruas, são válidos e não tem nada de anti-democráticos. Ninguém está cerceando a liberdade alheia, mas fazendo uso do direito à voz. Se incomoda, são outros quinhentos...E é pra incomodar. Fazer afagos não é a intenção. Baseado no seu conceito de participação popular, que parece se restringir apenas ao sufrágio, as passeatas contra a ditadura militar ou mesmo os protestos contra Fernando Collor jamais deveriam ter acontecido, não? Afinal tudo isso é “uma tolice autoritária, de viés ditatorial e um emblema da era da ignorância mimada e saliente”
E antes que eu me esqueça: Sou jornalista, negro, atleticano, hétero,de Belo Horizonte e Feliciano não me representa!

2 comentários:

Anônimo disse...

quero dar minha opinião sobre esta baboseira de NÃO NOS REPRESENTA.
Em primeiro lugar muito lindo a Daniela Mercury aproveitar para assumir a homo agora, pegando carona com essa calhordisse, enquanto isso uma outra lésbica ( ex da namorada dela) chora e vive uma depressão. Lindo apoiar a traição não é? Seja hetero ou Homo. O traído que se dane...
Mas o Brasil nem tem criança passando fome, mulheres apanhando, pessoas sendo mortas, propinas... Por isso sobra tempo pra gastar com essa mentira sobre nós cristãos.
Desde quando no Brasil é crime ter opinião?
Agora qto a representação, o Feliciano representa bem mais do que você imagina, como jornalista devia saber que a mídia ridícula de Jean criou essa historia sobre o Feliciano para ganhar mais que seus 13 mil votos ( causa do BBB).
O Marcos Feliciano representa o pensamento de qualquer cristão( crente, católico, e outros que seguem a bíblia não somente nos versículos que lhe interessa): Amamos os Gays e não compactuamos com suas atitudes.
Isso que estão fazendo é perseguição. Quem conhece o Feliciano sabe que o Jean usou muita maldade expondo apenas trechos sem contexto- fazendo disso um pretexto. Palavras usadas em sermões de mais de horas, onde Jean ouviu apenas minutos e publicou... Cadê o contexto Jornalistas experientes?
Enfim nós os cristão damos Ibope e pagamos impostos como qualquer outro cidadão. Somos APENAS 42.275.440 no Brasil ( Fora os que não responderam ao censo) . Estamos calados por que sabemos que essa perseguição é ridícula, mas e se nos unirmos? Deixarmos de ver tv, deixarmos de votar, deixarmos o consumismo... Entenda bem, não é uma ameaça, apenas uma reflexão, como jornalista procurem conhecer melhor quem estão acusando. Acusando o Feliciano com essa mentira, estão acusando tb 42275440 cidadoes brasileiros.

Toda vez que inicia essa babaquice na Tv, mudamos de canal. Teremos que virar todos gays? Podemos gostar das pessoas sem apoiar o que fazem, ou não? No entanto, existem religiões não cristãs ( que não seguem a biblia) que aceita as essas pessoas, então sigam-a.
Deixe-nos quietos, pq seguimos a Biblia e essa babaquice de acusação infundadas já está enchendo. Desde sempre perseguiram os crentes e nunca ficamos nos fazendo de coitadinhos ou então fazendo essa tempestade.
Acompanho seus programas desde a radio e não achei que um dia vc teria essa posição: comprar uma briga sem saber a vdd... seu programa sempre tem os dois lados da moeda não é? Bem, o Jornalista da Veja, escreveu bem sobre nossa posição.
Infelizmente tem muita gt se baseando na babaquice de um ex BBB ... Que quer legalizar a prostituição, o aborto,e outras coisas.... Enfim, estamos nos conscientizando, vamos trocar de canal, até criamos o costume de não assistir mais. Afinal ninguém dá ibope pra quem fala mal da gt. Acredito que pra vc 42275440 de telespectadores não faça diferença.
Jornalista que não procura saber a verdade sobre o que fala é apenas sensacionalista.

Outra coisa, Nós seguidores da Biblia não precisamos do Pastor Marcos Feliciano para nos representar, mas ficou bem claro na reunião geral do Brasil desta semana DA ASSEMBLÉIA DE DEUS - QUE TODOS OS PASTORES E SEUS SEGUIDORES APOIAM O PASTOR MARCOS FELICIANO. QUEM NÃO FOI NEM PODE OPINAR.
E quem é contra não estudou a Biblia- usa trechos a sua mercê.

Outra coisa, Existe na Biblia trechos de proteção que refere-se somente a quem acredita e a segue, especificamente para PASTORES, PADRES E SARCEDOTES CRISTÃOS: Porque o SENHOR defenderá a sua causa em juízo, e aos que os roubam lhes tirará a vida.Provérbios 22.23- . Deus é e sempre será o Guarda de quem verdadeiramente Lhe serve (Sl 91, 121).- “Não toqueis nos meus ungidos” (Sl 105.15)


Vivian

Veja se possível:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-expressao-nao-me-representa-e-uma-tolice-autoritaria-de-vies-ditatorial-e-um-emblema-da-era-da-ignorancia-mimada-e-saliente-ou-dilma-nao-me-representa-e-dai/

http://www.canaavip.com/noticia-ler/356/alexandre-garcia-jornalista-da-rede-globo-defende-marco-feliciano

Roger Deff disse...

Vivian, é este o seu nome não?

Meu texto não diz que Feliciano não representa ninguém. Apenas afirmo o óbvio. Ele com certeza representa gente que pensa como ele, só não me representa e a outros que não concordam com o fato de alguém com o perfil dele presidir uma comissão de Direitos Humanos, o que não tem nada a ver com a sua orientação religiosa.
Mas política deve ser separada de religião. Entenda que estado laico não é estado anti-religioso, mas um estado que se baseia em critérios que atendam aos demais grupos também. Ou você acha que numa sociedade complexa como a nossa todos são cristãos? O que achara se as leis fossem baseadas em critérios oriundos de religiões como espiritismo, umbanda, judaísmo, busdismo, etc? Te atenderia. Acho que não. Por isso mesmo religião e pol´tica não devem andar juntas e não estou discutindo religião. Estou debatendo política, que é outra esfera.

E me desculpe, os sermões de horas e horas do Sr Feliciano não foram tirados de contexto. São posições conservadoras e anacrônicas dele,inclusive registradas em seus perfis nas redes sociais e não há como defendê-las, a não ser que você concorde com elas o que parece ser o caso. Então estamos realmente em posições contrárias.

Quanto ao fato de vocês pagarem impostos, etc, etc, todos pagam e o meu texto não é pela repressão dos seus direitos, mas pela garantia de direitos de grupos marginalizados, entre eles negros, mulheres, pobres, homossexuais... e qualquer um que não se encaixe no padrão moral e estético defendido por este ou aquele grupo. Defendo o direito de vocês serem exatamente o que são, desde que não interfiram no direito do outro ser o que é.
Defendo o seu direito de dizer o que pensa, acima de tudo, mas não há manifestação sem resposta. Isso é democracia. Faz parte do jogo.