terça-feira, 17 de julho de 2012

"Jesuscidência"






No último domingo me senti mais uma vez enganado pela TV, por mais clichê que isso possa soar. Por alguma razão inexplicável (chame de boa fé ou ingenuidade mesmo), acreditei que a entrevista de Rosane Collor, ex-mulher do ex-presidente Fernando Collor de Mello, fosse trazer algum conteúdo relevante que valesse a pena a espera.

Para minha decepção, a matéria exibida, com destaque, pelo Fantástico pode ser resumida em banalidades como “revelações” sobre as práticas religiosas de Collor de Mello, sob um viés retrógado e conservado, vale ressaltar, reclamações da ex-primeira dama a respeito de sua pensão alimentícia e marketing descarado de um livro a ser lançado e que promete revelções bombásticas sobre o passado do ex-presidente.

O que mais me surpreendeu foi o fato de a Globo dar toda aquela atenção a uma matéria tão fútil, reforçando o vale tudo em sua procura por audiência , até dar voz, em horário nobre, a uma figura tão desprovida de conteúdo quanto Rosane Collor.

Na verdade a predileção por audiência acima de tudo não me surpreendeu, isso é parte do módus operandi da Vênus Platinada, desde a sua fundação nos anos 60. Mas o nível raramente chegou tão baixo. Rosane, por sua vez conseguiu a atenção que queria, e deve conseguir boas vendas de seu livro, tão logo ele saia, isso sem falar no fato de que a sua pensão deve sair dos míseros R$ 18.000,00 mensais para os tão almejados R$ 40.000,00.

De tudo o que foi dito a única coisa digna de nota, por falta de opção mesmo, foi o impagável “jesuscidência”, proferido por ela ao tentar explicar como a intervenção divina a livrou da má sorte provocada pelos atos religiosos nefastos do ex-marido.