sábado, 21 de junho de 2008

Enfim...


Enfim...


Este é um daqueles (raros) momentos em que posso me dar ao luxo de escrever simplesmente porque veio a vontade. E há uma boa razão pra isso: a faculdade finalmente está no fim. Fim de uma jornada que pra mim durou cinco anos e meio, desde os dias da Newton Paiva, do pré-vestibular Palmares e, finalmente, a PUC. Da Newton ficaram as lembranças e as amizades que duram até hoje, apesar da convivência de apenas um ano. Grandes amigos como Rejane, Mendel Vilaça, Dúnia Catelli, Clécio Jr (eterno “brô”), entre outros. Da PUC, bons amigos como Rafael campos, Simone Dutra, Rone Cavalier, Marcão e a lista vai longe.
Me lembro da sensação de ir à faculdade pela primeira vez, eu via naquilo tudo um significado maior, uma oportunidade que deveria ser agarrada pelo simples fato de ser muito mais do que meus pais tiveram ao longo da vida. Sensação boa. Mais tarde tive que me despedir de todos, essa foi uma sensação ruim.
Depois, no Palmares, momento de recomeçar, ali eu me inspirei na vontade de pessoas como dona Cezarina, que aos sessenta anos queria realizar o sonho de cursar psicologia, e ela não queria desistir, então eu também não poderia. Tive o privilégio de conhecer pessoas como o João, que ensinou que um curso superior implica em responsabilidade, e para ele isso significava dar a outros alunos pobres as mesmas oportunidades que ele teve um dia. Em 2004, no meio do ano, lá estava eu na PUC, meio peixe-fora d’água, mas estava lá, pensei comigo “mais quatro anos pela frente”, e o tempo passou. Entre mestres, que servirão de inspiração para o resto da vida, e pessoas que ficarão sempre aqui "no lado esquerdo do peito" (a lista é enorme, boas lembranças, grandes amigos) e outras que apenas passaram por mim, aqui estou, a um passo de realizar aquilo que um dia foi apenas uma idéia: “ser jornalista”. A idéia me agradava (e ainda agrada) não apenas pela vaidade, mas para poder fazer do ofício algo capaz de ajudar as pessoas, assim, pura e simplesmente. Intenções meio “quixotescas”, mas é deste jeito que eu penso, o aprendizado só faz sentido se servir pra melhorar as coisas no mundo. Vi de perto, nos bastidores da “construção” da notícia, o quanto a “verdade” pode ser manipulada. Tanto por interesses quanto por nossos pontos de vista. Acho que é nessa suposta objetividade que reside o trabalho mais difícil do jornalista, e o mais “necessário”. Necessário para que certas mazelas não se perpetuem, difícil porque além de lidar com nosso olhar (que nunca é imparcial) para os fatos do dia –a – dia, ainda é necessário enfrentar um vilão maior que é o interesse comercial das empresas de comunicação, o que muitas vezes compromete a tão apregoada objetividade jornalística.
Além destes "pequenos" obstáculos que condicionam a notícia, há ainda, é claro, o pesadelo do desemprego para muitos recém-formados. Realidade para uma grande parcela de "ex-estudantes". Aquela sensação de incerteza quanto ao futuro profissional, coisa que estou experimentando agora.
Enfim, o tempo passou, pra mim não tão rápido como alguns dizem. Ainda assim, parece que foi ontem que um bom amigo me incumbiu da missão de “ser alguma coisa que preste na vida”, e eu tenho tentado, nos acertos e tropeços, decepções e vitórias.

Afinal, a gente tá aqui é pra isso, não?!?
Rogério Dias (aka Roger Deff) é jornalista, até que enfim!